terça-feira, 23 de julho de 2013

Formatura de Pilotos e Comissários

Via Appia, 30 de abril de 2013. Formatura de Pilotos e Comissários. Escola de Aviação Civil Pro Flight.

               O momento mais emocionante da minha vida, o ápice do meu orgulho e realização.

De 20, apenas poucos estavam lá, alguns muito queridos não estavam presentes, mas estavam a todo momento em meu coração.
Um filme passando por mim, primeiro dia de aula, falecimento do meu avô no primeiro dia de aula, aulas maravilhosas, pessoas incríveis, sobrevivências, marinharia, selva, medo, sede, stress.
Dando inicio a cerimonia, o Hino Nacional seguido de uma aeronave decolando, emocionante.
Um a um recebemos o tão esperado BREVET, lindo, asas para uma nova vida!



Na sequencia, a emocionante mensagem do Brigadeiro MACEDO, Ex-Diretor do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo na Formatura de Pilotos e Comissários, 30/04:“Meus Caríssimos Formandos,
Hoje os Senhores e as Senhoras estão encerrando mais um curso que os deixa apto para uma atividade em uma das áreas que mais fascina o ser humano, que é a Aviação. Tenho certeza que foram muitas horas de aprendizagem. A Escola lhes deu a base de como proceder e encarar a rotina e os desafios que os Senhores e Senhoras serão submetidos constantemente. As cobranças e as exigências serão freqüentes.
E é nessa hora que teremos de colocar em prática aquela teoria, aquele treinamento, aqueles exercícios que os nossos mestres, orientadores e instrutores tanto insistiram, tanto cobraram para que fossem assimilados e nunca esquecidos. Hoje os Senhores e Senhoras estão prontos para vivenciar e curtir o mundo mágico da aviação, um mundo desafiador, muitas vezes rodeado de mistérios, freqüentado por sonhadores, idealistas, fanáticos e apaixonados pelo que fazem.
Irão descobrir, por si só, que é um mundo diferente e que cada um tem papel importante e fundamental a desempenhar para que, no final, a atividade aviação, como um todo, realize a sua missão com sucesso. E para que essa atividade funcione bem e tenha sucesso, é preciso, é necessário que cada um desempenhe muito bem a parte que é de sua inteira e total responsabilidade.
(...)
Em síntese é o que eu gostaria de deixar para os Senhores e Senhoras refletirem. Uma mensagem de um companheiro que labutou anos nesse mundo encantado da aviação e que continua carregando o espírito jovem do piloto vibrador, entusiasmado e apaixonado pelo vôo e pelo que faz. Eu sei que nessa vida as coisas nem sempre são como a gente gostaria que fossem e quando se quer atingir um objetivo, a caminhada as vezes é longa e as dificuldades e os desafios enormes.
Sejam, portanto, fortes e perseverantes. Os sábios nos aconselham para que “nunca percamos o otimismo, nem a garra, nem a vontade de ser grande, mesmo sabendo que o mundo é pequeno ... Lembrem-se que um pequeno grão de alegria e de esperança dentro de cada um de nós é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois a vida é construída nos sonhos e concretizada no amor. Não existe obstáculo a ser transposto para quem vê a vida com otimismo, alegria, amor e principalmente fé.”
Que sejam felizes, mas muito feliz mesmo nos trabalhos e nas atividades que os Senhores e Senhoras escolheram e abraçaram; e que Deus os protejam sempre!”

Brigadeiro-do-Ar R1 Ivan Manoel de Macedo
E um brinde a nós, Comissários, Formados, Realizados!!!


Meus amores, motivação, meu foco para vencer, meus pais:



Imagens valem muito mais;










Até o próximo post, Ultimos momentos antes dos 2.0. Fortaleza em dois dias!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

SELVAAAAAA! A sobrevivência!

Bom, eu gostaria de esperar estar com todas as fotos em mãos para fazer o post sobre selva , mas ainda tenho que busca-las na escola, portanto, quando pega-las coloco aqui!

Senta que lá vem história!!!

SELVA.
Quando eu decidi ser comissária de voo, soube desde o inicio que passaria pela tão temida selva, assim como a marinharia, já relatada AQUI.
Se fosse para resumir a selva, eu diria que foi único, meu Deus, quando eu imaginei passar uma noite em mata fechada, sem água, sem comida, superando meus limites...
Eu sai de Serra Negra de madrugada usando uma calça jeans e a camiseta da Pro Flight, Rg e celular.
Na escola, eramos mais ou menos 160 pessoas, vestidos com a mesma roupa, todos com cara de medo...
Fomos separados por grupos de 12 pessoas, o meu foi o grupo ROSA, e a primeira coisa cansativa começava, todos do grupo sentados um, atras do outro, e um grupo ao lado do outro, por tempo indefinido.
                                  
E os pequenos grupos compunham os grupos Victor comandada pelo instrutor Wilmar e MIKE comandada pelo instrutor Alex, além da Enfermeira Elaine e Instrutor de Primeiros Socorros Magno.
                                   
                                   
Eu estava no grupo MIKE. Entregamos os documentos e o celular, vestimos as roupas e fomos revistados, alguns espertinhos escondiam barras de chocolate e outras coisas pelo corpo e obviamente não puderam levar, rs 3 ou 4 pessoas de cada grupo foram designadas para serem vitimas, com uma blusinha cinza, bem fina, escrito VITIMA




, todos os outros eram os 'comissários', uns com uma jaqueta e outros com um macacão... Não sei 
por que diabos eu queria o macacão, acho que era mais bonitinho rs, e acho que a força do pensamento tem poder, fiquei com o macacão, mas meu amigo, se arrependimento matasse, seria eu a galinha do abate na selva, aquela roupa era horrível em todos os sentidos, mas vou especificar mais pra frente...
O caminho até Viracopos foi longo, ainda mais tomada pela ansiedade. Ao chegarmos logo ao descermos do ônibus tivemos o primeiro exercício, Método START, triagem de vitimas, os que foram designados vitimas estavam espalhados por um terreno acidentado, até em cima das arvores e nós devíamos resgata-los e coloca-los em lonas coloridas de acordo com o grau de seus ferimentos,




 foi uma loucura, uns 30, 40 minutos para finalizar a prova, um calor que mais parecia estagio pro inferno, o amor pelo macacão começou a desaparecer aí, e as vitimas eram difíceis de se carregar, se camuflavam entre a paisagem...
Finalizando o método START, sentamos novamente enfileirados como anteriormente e após alguns minutos seguimos em fila indiana por uma trilha mata a dentro por 8 km.
                                   
 Ao chegarmos nos entregaram o kit de sobrevivência e a água disponível para passar o período todo, cozir os alimentos e outros, acreditem não chagava a um galão pequeno de água.
                                                                                                                                                                                      
Seguimos para o local onde seria o acampamento, começamos a 'barraca'. Uma lona estendida entre duas arvores sustentada por uma corda, tínhamos também que fazer o Rabo de Jacu que protege a fogueira dos ventos e da chuva, a fogueira que deveria permanecer acesa por toda a noite e a foça de dejetos, onde faríamos nossas necessidades. (Que foi uma luta, visto que era péssimo fazer xixi com aquele macacão e ainda usando uma calça jans por baixo, mas por incrível que pareça, tinha gente que tirou de letra !?) O trabalho em equipe começou, alguns limpavam a área do acampamento, enquanto os meninos foram atrás de lenha e nós providenciávamos o resto.
A sede começava a aparecer...mas tínhamos pouca água, e não sabíamos o que viria pela frente...
Que horas são?
Mal terminamos tudo e fomos chamados para o próximo exercício, orientação pela bussola, aprendemos a fazer fogueira branca com folhas verdes e musgo e fogueira preta com óleo de borracha e pneu. Dali seguimos em fila indiana para um lugar coberto por uma tenda laranja, sentamos formando uma grande roda e fomos apresentados ao Astor, A jiboia da Pro Flight, alguns de nós fomos escolhidos para dominar a cobra, gritos gritos e mais gritos, eu estava achando divertido até então.
Próximo exercício, o abate da galinha...
Pra mim, o pior momento... cada grupo tinha uma galinha, e alguns de nós foram designados para algumas funções, todo mundo iria participar, os primeiros amarraram a galinha de cabeça pra baixo em um"pau" sob duas arvorezinhas, todas as galinhas uma do lado da outra, outros retiraram as penas de baixo do pescoço, e eu? eu a segurei enquanto uma colega cortava o pescoço dela e bebemos o sangue. A pior parte, quando tive que infla-la com a boca na pele do pescoço decepado. Resultado: o rosto cheio de sangue com direito a até algumas penas coladas, rs. 2 meninos limparam a galinha, um show a parte, em 6 meninos e com muita facilidade! O sangue pra mim que fui a primeira a beber não foi tão ruim, ainda estava liquido, os últimos tiveram que 'morder' porque o sangue já estava coagulado... O gosto não é horrível, é gosto de sangue, como quando você corta a boca, mais da muuuuuuuuita ânsia.



                         Na sequencia outros exercícios como combate ao fogo e outros..
 

Comemos casca de melancia, o que aliviou um pouco a sede. A fogueira estava acessa, começava a ficar muito frio.
Já a noite, fomos convocados para uma caminhada noturna, uns 15 minutos andando, andando não, correndo, de mãos dadas, um atras do outro, 15 minutos que pareceram 1 hora. estressante, cansativo, todo mundo morrendo de calor, dentro daquele macacão. Chegamos em um lugar plano, onde as únicas luzes eram as estrelas e deitamos uns sobre os outros para a melhor parte da selva, onde eu entendi o porque estava ali, o porque estava passando por tudo aquilo, e cada avião que decolava sobre nós fazia com que entendêssemos o real motivo de tudo.
Palavras do instrutor Wilmar:
                                       

Voltamos em uma caminhada um pouco mais tranquila.
Que sede! Que horas são?
 Quando o corpo esfriou, já na área do acampamento, o frio era absurdo, ficávamos em volta da fogueira para aliviar, a fumaça irritava os olhos, nessa hora bebemos um gole de água cada um e preparamos o 'jantar'.
Algumas meninas cortaram o frango e nós fizemos os espetinhos... todo mundo com fome, segurando pequenos pedaços de carne na fogueira. Eu comi apenas um pedaço pra não ter a sensação de não ter experimentado de tudo, mais não gostei muito não.
O tempo não passava, não sabíamos nem que horas iriamos sair dali...
Nos deram um abacaxi,que não durou 5 minutos, e foi o melhor abacaxi do mundo!!! Fizemos um chá com a casca do abacaxi, que eu também comi.
Ordem de silencio, vamos dormir? hahaha alguém tinha que ficar na fogueira, decidimos revezar, eu e mais 3 fomos tentar dormir, IMPOSSÍVEL!
Para amenizar o frio, uma manta vermelha, muito fina. O barulho do vento, o tronco de arvore em baixo de nós, a sensação de algum bicho passando por perto... Algum tempinho depois fomos 'acordados' pelo alvoroço, a fogueira tinha apagado, e uma boa noticia, nossa lanterna também não funcionava. Breu total!!!! Fogueira apagada! Todo mundo procurando lenha pela mata, depois disso não dormimos mais, sentamos em volta da fogueira e ali nos conhecemos melhor. Esperando a noite passar, todo mundo contou um pouco da sua história, do porque estava ali, do sonho de voar.
A noite foi interminável, longa, não tinha jeito que fosse mais confortável, encostada com a cabeça em um 'colega', cochilei em alguns instantes.
Raios de sol, enfim!!! e agora, o que será que vem por aí?
 E a arapuca que nós não tínhamos feito, ou melhor, fizemos e jogamos na fogueira durante a madrugada, alguns diziam que não compensava, seria apenas meio ponto a menos, mas fomos atras de gravetos e com a ajuda de todos montamos a arapuca, não foi a mais bonita, mais fez manter a nossa nota.
Pouco tempo depois as instrutores chegaram e avaliaram a fogueira que continuava acessa, a barraca que estava montada, a arapuca, o nosso estado e ouvi um: O que aconteceu com você comissária? rs
Hora de arrumar as coisas do mesmo jeito que encontramos no inicio,
Tudo certo, vamos subir.
Todos os grupos juntos, sentados um ao lado do outro, entregamos o kit de sobrevivência. Após isso nos mostraram varias caixas de suco ADES e bombons e a reação era como se estivéssemos no deserto a dias, a sede realmente é uma coisa inigualável. Cada grupo recebeu um copo de suco e um bombom.
Após isso e algumas palavras, seguimos em uma interminável fila indiana por 8 km em direção ao ônibus que nos esperava.
No ônibus, apaguei.
Chegando na escola, todos novamente sentados um ao lado do outro. Um a um entravamos para deixar o macacão. Isso me resultou em pelo menos mais uma hora.
Dali segui para a rodoviária onde peguei o ônibus para casa. Eu estava cheirando mal e acabada.

Sobre a selva o que tenho a dizer é que foi a melhor experiencia da minha vida, em todos os sentidos, para aprender técnicas onde só em uma prática de sobrevivência é possível., para aprender a dar valor as simples coisas da vida como ter água e comida em casa.
Sou orgulhosa de mim por ter chego até o final.

Nota da Selva? 10. Felicidade e dever cumprido!

Demorou mas consegui escrever, próximo post ainda essa semana falando sobre a formatura, para depois então, mudar um pouquinho o foco e falar de 1 mês de FÉÉÉRIAAAAAS, FORTALEZA, e vou tentar registrar aqui os melhores momentos!!

Beijos e fiquem com Deus